Industria do Colar Colou

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O que está acabando (também) com o nosso país é o que eu gosto de chamar da “industria do colar-colou”: as empresas de um modo geral esperam até o ultimo momento, até que todos os recursos tenham se esgotado para finalmente admitir estava errada. Ou pior, às vezes nem admite que está errada, e só satisfazem o direito do consumidor quando obrigada pelo Estado. Inflizmente essa é uma triste desvantagem do modelo capitalista.

Como consiliador do Orgão de Proteção ao Consumidor (PROCON), tenho visto diversos casos em que as empresas, principalmente as de telecomunicações, atentam contra os consumidores. Isso mesmo: é um atentado contra o estado mental de qualquer um.

Após incessantes 3 ou 4 horas em um telefone ouvindo uma secretária eletronica mandar falar com atendente até no Acre, o consumidor resolve então entrar com uma reclamação do PROCON.

Para que a empresa espera a reclamação em um orgão como o PROCON para poder resolver o problema? Alegam qualquer coisa e, se colar, colou. Tudo isso pelo simples motivo que se o consumidor não for atrás dos seus direitos, a empresa lucra e, no máximo, restitui o valor monetariamente corrigido com um indice de 1,04% ao mês, enquanto pagamos juros altíssimos nos emprestimos bancários.

Se colar, a impresa lucra injustamente. Se não colar, só tem que fazer o quer normalmente faria.

Espero que resoluções como a ultima da ANATEL resolvam os nossos problemas de colar-colou; se não, vamos continuar submetidos à vontade das grandes empresas que pintam e bordam, se aproveitando de erros de nossos legisladores que não fazem nada para melhorar a nossa situação.

PS: o texto não foi escrito por mim. O texto é do meu irmão, Karlisson, que trabalha no Procon e cursa o 5º periodo de Direito na UNP. Desculpem, simplesmente nao tive tempo. Estou em provas. :D