Se for padre, não se candidate; se for candidato, desista da batina

sábado, 16 de agosto de 2008


O jargão acima é novo, está sendo publicado talvez pela primeira vez agora. Como bom exemplo, essa moda bem que poderia pegar! Religião e política são duas categorias sociais que conseguem ir ao extremo do antagonismo e da proximidade. Quando a política está no campo ideológico do governar para o bem comum, a Igreja é parte interessada; quando se relaciona a disputa partidária pelo poder, a Igreja se afugenta.

Opiniões aparte, um fato é notório: padre candidato provoca no eleitor cristão uma relação confusa e no mínimo, embaraçosa. E quando nessa relação, entra em vigor o “vale tudo” em busca de bons coeficientes eleitorais, a corda acaba arrebentando para o lado mais fraco, que em época eleitoral, é a própria Igreja.

O relato acima descrito se passou na cidade de Jardim do Seridó, há poucos quilômetros de Caicó. Nesta cidade, um dos candidatos é padre (Jocimar) e seus correligionários resolveram angariar votos se vestindo com paramentas sacras e utilizando de rituais litúrgicos da Igreja Católica.

O bispo de Caicó, Dom Manoel Delson, reagiu e mandou um recado para o padre Jocimar: “se você realmente ama a Igreja e pretende retomar seu sacerdócio, contenha seus correligionários”. As palavras do bispo foram fortes e claras. O padre compreendeu e tratou de rapidamente tomar providências: proibiu seus eleitores de se vestir com batina em comícios e manifestações do partido.

O padre ainda nem ganhou as eleições e já mostrou a toda a região que o sacerdócio não combina com a política partidária. O sacerdócio é uma missão, a política é, hoje, um emprego. O sacerdote é portador de uma mensagem divina; o político marionete de interesses humanos.

A posição da Igreja em afastar padres que insistem em sair candidatos é coerente e digna de louvor. Essa é minha opinião! Você, caro leitor, se concordar ou pensar diferente tem o direito de se manifestar!

Foto: Montagem Bocas Miúdas

2 Comments:

Anônimo said...

Concordo não. Durante toda história europeia e mais tarde americana, correntes religiosas nunca pararam de reivindicar o poder político. Pela, Constituição, o Estado é laíco, mas não diz nada sobre possibilidade de padres, bispos e cadeais exercer o mandado. Orá, as igrejas evangêlicas tem muito mais flexibilidade e até encorajam os seus membros entrar na luta política. Assim nos vemos muitos "bispos" e "irmãos" com Biblia em punho disputando as vagas. Enquanto isto, nenhum padre sequer pode reivindicar uma vaga de vereador...É injusto.
Vassili Barinov

Anônimo said...

Não concordo também com a matéria , vejamos, no Rio Grande do Norte tivemos Monsenhor Walfredo Gurgel cujas raízes são do seridó, foi Governador do estado,no Ceará Padre Cícero , foi Deputado e também governador,hoje o Presidente eleito do Paraguai Fernando Lugo é ex-bispo da igreja católica ,BISPO, não somente Padre.O que vemos em Jardim do Seridó é apenas o sistema politico no poder se sentindo ameaçado por um candidato Padre em franca ascensão. Dois bêbados se vestindo com algo que nem de longe são batinas só provoca essa besteira toda em quem só enxerga politica na sua frente.A hipocrisia caminha com força no seridó , principalmente em época de politica,e alguns meios de comunicação local (em Jardim do seridó)são pagos para que se fale mal dos candidatos adversários das atual administração.Na maioria das vezes quem se escandaliza com coisas tão sem importancia faz coisas bem piores quandi ninguem está olhando.A questão aqui é bem mais politica do que religiosa!