Terceiro mandato: autoritarismo ou conquista eleitoral

sábado, 3 de maio de 2008

Foto: Divulgação

Caros leitores, estou de volta após duas semanas sem poder postar novo debate. Mudei de apartamento e estou por hora com acesso limitado à rede mundial de computadores. Feitas minhas sinceras desculpas, vamos ao que interessa:

Deparamo-nos essa semana com um assunto que parece ter palco apenas em Brasília, mas diz respeito ao cotidiano de cada um de nós. Somos personagens nesta história e precisamos formar opinião. Digo isso, porque quando não o fazemos, ‘eles’ fazem por nós.

A CNT, Confederação Nacional do Transporte, encomendou uma pesquisa para avaliar a aprovação do governo Lula e acabou chegando a uma outra constatação: entre os entrevistados, 50,4% responderam ser favoráveis à alteração da Constituição para possibilitar que Lula se candidate pela terceira vez consecutiva. Do total, 45,4% disseram ser contra e 4,3% não souberam responder.

Autoridades se levantaram para comentar este levantamento e com a sua ajuda proponho um FORÚM DE DEBATES aqui no blog BOCAS MIÚDAS.

Você acha que conceder um ‘terceiro mandato’ a Lula seria o início para uma era da qual lutamos ainda hoje para apagar de nossa história recente? Ou você acredita que seria necessário mais um mandato ao presidente Lula para que o Brasil continuasse a crescer?

Sob meu ponto de vista, a democracia (a maior conquista de nossa história política) pressupõe alternância de poder e, conseqüentemente, alternância nas visões de crescimento. O Brasil hoje vive uma ascensão desenvolvimentista graças a conjuntura mundial e a fatores internos que proporcionam ao governo colher o que outras administrações plantaram.

Abrir precedente para um terceiro mandato é deixar a porteira aberta para quantos outros o governante quiser. Vivemos ao lado de países (vide a Venezuela, Bolívia, Cuba...), em que o populismo já sobrepujou a democracia. Aprender com os erros é sinônimo de maturidade, assumir o erro e cometê-lo é no mínimo hipocrisia.

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Klebson Wanderley - blogueiro do sábado

4 Comments:

Anônimo said...

Klebson, por que alternância de poder é bom? De que forma está se dando esta mudança? É através da força militar? Ou através da força dos famintos? Em Caicó, por exemplo, sempre "alternamos" entre a bandeira vermelha e a bandeira verde. Quem ganhou? respondo: a minoria vermelha ou verde. Quem perdeu? respondo: aqueles que precisam mais. Quer dizer que vc aceita quando a mudança é promovida por aqueles que vivem de cargos de "confiança", mas quando a manutenção for autorizado por aqueles que "vivem" pelas "bolsas assistenciais" vc não aceita. Não faz sentido.

Anônimo said...

Caro Polion, seu comentário é profícuo, mas com visão um tanto reduzida. Se pensarmos apenas nas bolsas assistencialistas, continuaremos eternamente fadados a convivermos com ela. E tem mais: qualquer outro governante que entrar preservará as mesmas bolsas com outro nome, afinal os pobres no País são maioria. Lula não faz nenhum favor ou algo que outros já não o fizeram em outros momentos. Precisamos sim, ao meu ver, de uma nova visão de Brasil.E como se não bastasse, acredito peremptoriamente que nossa democracia é muito mais importante que a velha demagogia.

Anônimo said...

Klebson, a luta da qual vc se referiu não se trata da manutenção do poder pela força? Se for asim, acredite, estou combatendo ao seu lado. Contudo, a democracia não é um fim em si mesma, é um meio de realização da força, na sua intensidade de sentido, de um povo. Ela não é boa por si mesma. Não deveria ser na "democracia" que a maioria poderia escolher os seus representantes? Na hora em que se coloca um obstáculo para que a maioria exerça suas escolhas é isso democrático? Se as regras limitam a liberdade da coletividade não se trata de uma arbitrariedade dos descontentes? Também não concordo que os programas sociais sejam eternos, assim como não acho que uma "UTI" seja um lugar de permanência contínua de um doente, mas ambos são necessários quando a situação solicitar solução urgente e temporária. Por algum motivo, as pessoas não estão mais acreditando naqueles que prometiam dividir o bolo. O Senador José Agripino, por exemplo, afirmava que a melhor saída era ensinar a pescar, em vez de presentear o peixe. (isso apenas para os eleitores necessitados). Mas parece que as pessoas descobriram que na lagoa não existia peixe.

Unknown said...

Olá amigos do Bocas Miúdas.

Acredito que um terceiro mandato para Lula será uma afronta a Democracia da qual muitos perderam a vida para conquistá-la. É lamentável que um governo consiga manipular opiniões de pessoas simples que se sentem devedoras de um benefício que elas recebem. O assistencialismo sempre ocorreu e sempre haverá. Até porque é uma forma da população menos favorecida receber um "pedaço do bolo".
O crescimento atual do país deve-se e muito a situação econômica mundial e também pelo atual governo ter seguido a mesma linha econômica do governo FHC. E olha que estamos falando de um “mega” crescimento que não chega a 5% ao ano.
O governo atual é um especialista em se meter em escândalos e falcatruas. O papel da Oposição está se resumindo a combater os escândalos que diariamente o próprio governo comete e o faz ser divulgado (como se um fosse nos fazer esquecer o outro).
Eu sou contra a reeleição, acredito que um mandato de 5 anos seria ideal para o Brasil, mas um mandato que possa chegar a 12 anos é uma brincadeira de mal gosto.
Trocar de bandeira (verde, vermelha, azul...) é menos prejudicial do que permanecermos na estrela (governo Lula) 12 anos.

Forte abraço a todos.
Suébster Neri