Mais justo que isso??

quinta-feira, 15 de maio de 2008


Ano passado o Grupo Santander lançou o Programa de Bolsas Luso-Brasileiras Santander Universidades, que selecionou 175 estudantes brasileiros para estudar um semestre em Portugal. A UFRN participou do programar, e enviou 10 estudandes para o intercâmbio (duas estudantes em 2007.2 e oito em fevereiro deste ano).

Agora, me perguntem como foi feita a seleção. Da forma mais justa possível, é evidente: lançaram o edital "às escondidas", as inscrições começavam numa quinta a noite e terminavam no dia seguinte, e o critério de seleção era.... uma entrevista! Ha-ha! Resultado: ninguem ficou sabendo de nada, poucas pessoas se inscreveram, e, no Centro de Ciencias Aplicadas, escolheram o sobrinho da diretora do Centro para receber a bolsa.

A história teria terminado assim se o processo não tivesse sido impugnado pelo Ministério Público que obrigou a universidade a realizar nova seleção. Novo critério: Indice de Rendimento Acadêmico (o famoso IRA). Esta ano abriram a seleção novamente (edital disponível aqui). O critério de seleção é o mesmo: o injusto IRA.

Infelizmente é o muito mais fácil para a UFRN escalonar os estudantes numa ordem decrescente de IRA e selecionar o primeiro da lista do que realizar um procedimento de seleção sério. O IRA é, simplesmente, o mais injusto dos critérios de seleção.

O IRA é calculado pela média aritimética das notas (praticamente. porque na teoria devia contar um monte de coisa). Ora, na prática, as pessoas com maiores notas são, pelo menos onde estudo, simplesmente aquelas mais trapaceiras, as que menos mereceriam uma bolsa desta. São as pessoas que nunca fizeram uma prova de forma honesta (para justamente nao arriscar baixar o IRA), que nunca admitiram ter errado uma questão e "enchem o saco" do professor para conseguir uns décimos a mais, chorando o efeito da nota baixa no índice. Além disso, essas pessoas não participam de nenhuma atividade de extensão ou pesquisa (justamente a que são voltados os programas de bolsa como este da Santander).

Na teoria, é claro, os alunos com maiores IRAs seriam aqueles mais dedicados e inteligentes, mais capazes. Mas na prática, a teoria não se reflete. Acredito que está na hora das Universidades pensarem de forma mais realista.

1 Comment:

Anônimo said...

o ideal, não seria coibir a cola? se o mesmo acha que está sendo prejudicado, porquê não dedura o colega? ou tira satisfação com o professor? o critério do IRA é mais justo! muito melhor do que as peixadas.