quinta-feira, 24 de abril de 2008
A cada dois anos é o mesmo lenga-lenga. Quem vai se coligar com quem? Quais as alianças preferenciais? Quem fica com a cabeça da chapa e o vice? Quais os potenciais vereadores? Por aí...
O noticiário político, então, é resumido a isso. Reunião de “A” com “B”, de “B” com “C”. Quem vai ficar de fora? Quem vai trair quem? Quem vai se beneficiar? Quem vê 2008 pensando em 2010?
Para quem procura praticidade no viés público, esse jogo especulativo chega a ser cansativo e enfadonho. E o pior: é realizado a cada dois anos. Mal termina uma campanha, já começa a se discutir a próxima.
Nada contra estratégias, jogos de xadrez ou como queira se chamar. O grande problema dessa especulação incessante é a paralisia que ela provoca nas ações públicas. Tudo gira em torno de uma comunhão de interesses conflitantes. De uma guerra paradoxal onde o povo acaba perdendo.
Ocupar tal cargo público deixou de ser a busca da melhoria das condições de vida da população para se tornar moeda de apoios futuros. Não se vê a discussão de planos de governo para melhorar saúde, educação, meio-ambiente ou cultura. O que se visualiza é um processo onde os nomes preferenciais são escolhidos de acordo com os anseios de outrem.
Pior é a sopa de letras que as agremiações políticas se tornaram. É complicado identificar quais políticos realmente praticam a ideologia defendida pelo seu partido. Talvez sequer leiam o próprio estatuto. Será que, ao menos, entendem o modelo ideológico do qual fazem parte? Difícil...
Nesse percurso, o cidadão comum cai na rede sem perceber. Vota em nomes, quando deveria optar por propostas. Entra com ânsia na onda de boatarias e finda se esquecendo de cobrar as devidas ações políticas que poderiam melhorar o seu bem estar.
Que a campanha, pelo menos, traga propostas concretas e não o vácuo de sempre. Pois, depois que essa passar, a onda especulativa voltará com força.
Postado por RV
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