Havia muitos buracos no caminho...

domingo, 13 de julho de 2008

Vivemos um momento ímpar na vida pública brasileira para reafirmarmos nossa escolha por um país plural. A democracia tão decantada por nossos representantes, por nossa imprensa, confirmada por decisões judiciais contra atos arbitrários, tem sido construída a passos lentos, porém firmes. A democracia não será realizada apenas com eleições periódicas, atentemos para isso. Ela é um acontecimento contínuo e com várias faces.


Não podemos particularizar situações negativas no desenvolvimento dela e acharmos que tudo não passa de uma fantasia. Somos livres para expressarmos nossas convicções e podemos utilizar instrumentos para combatermos tudo aquilo que entendermos ferir os princípios democráticos.


Nesse diapasão, como diz Venosa, o Ministério Público tem o poder/dever de agir, inclusive de ofício, quando tomar conhecimento de atos e fatos que não condizem com a supremacia do interesse público nos gastos governamentais. Não devemos calar quando observarmos que difusamente se usa os recursos públicos para fins espúrios.
Ao visitar algumas cidades aqui do Seridó, vc, leitor, poderá perceber que a malha viária estadual tem sido usada com finalidade outra, quando da sua manutenção/construção, tendo em vista que se trata de um bem de natureza durável, assim como são os prédios, enfim, as estruturas imóveis.
Quero acreditar sinceramente, que a construção das mesmas está sendo utilizada para retirada de recursos dos cofres públicos através da realização precária de obras que não têm a durabilidade de um ano, vergonha e descalabro total.
Sugiro que começe sua visita pela cidade de São João do Sabugi, depois retorne, faça manutenção do seu veículo e visite Brejo do Cruz/PB, acho que terá muitos motivos, na volta, para querer trocar o veículo em virtude da depreciação acelerada que o mesmo irá suportar em virtude das condições da estrada que te levará até lá por Jardim de Piranhas. Finalmente, trocando o veículo, te peço que não vá a Cruzeta, acredite em mim que passei por lá, a estrada parece um queijo suiço até São José do Seridó e nem queira ir a Jucurutu.

Não é necessário ser engenheiro civil para saber que este tipo de obra fica a céu aberto, que serve para suportar a passagem de veículos automotores, de passeio ou de carga, e que está sujeita aos reveses da natureza, portanto, a chuva, exemplificando, é um dado previsível. Elas, as estradas construídas pelo Governo do RN, não duram mais que um ano, por quê?
Desejo sinceramente que o MP investigue o profissional que libera as empresas responsáveis pela construção de nossas rodovias. Como diria, Jefferson Dutra, tenho pena do meu bolso porque aí tem jogo duplo.

1 Comment:

Anônimo said...

Na minha humilde opinião, amigo, você foi para lado errado. Não é Direito move o mundo mas Sua Exelência - Economia. Pode se apelar para Ministério Público, Nações Unidas ou Nosso Senhor, os buracos nas vias não irão desaparecer por um motivo bem simples. Chama-se viabilidade econômica.
Quando estive em Campina Grande, ouvi elogios sobre estrada (RN e não BR) que liga Passa e Fica a Nova Cruz e Santo Antonio e mais pra lá a Parnamirim. Diziam que é um "tapete". E com toda razão. Antes de tudo a Região do Agreste Potiguar é celeiro do Rio Grande do Norte. Abastece Natal e região metropolitana, que é por sinal é maior colégio eleitoral do estado, com alimentos. Fora istó o Agreste Potiguar vende suas mercadorias em João Pessoa, Campina Grande, e até Recife, trazendo divisas tributáveis ao estado. E estrada de São João ao Caicó traz o que? Monte de gente que faz compras para sustento próprio. Por isto, a utilidade economica das estradas do Seridó, desce ao zero. Nossas autoridades podem ser qualquer coisa, menos burras e sabem contar dinheiro. Por isto as estradas do Seridó são menos economicas e mais eleitoreiras e manutenção destas é feita pelo princípio residual. E orçamento do estado, não é lá estas coisas.
E tudo continuará deste jeito, pois Caíco e Seridó Oriental estão perdendo sua viabilidade económica.
Vassili