A EXPLORAÇÃO MIDIÁTICA NO CASO ISABELA

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Em meio a poeira que baixou sobre o “Bocas Miúdas”, vamos falar sobre os excessos da Mídia Brasileira no caso Isabela.

Recente matéria da Folha Online indicou que os telejornais brasileiros cresceram até 46% na sua audiência. O “Balanço Geral” da Record cresceu 25%. O Jornal Nacional da Rede Globo dedicou 37% do telejornal à cobertura desse caso. O “Brasil Urgente” da Band também viu sua audiência crescer. Até o “Fala Que Eu Te Escuto” da Igreja Universal reconstituiu o crime, segundo o jornal paulista.

É certo que o assassinato de Isabela comoveu todo o Brasil. Óbvio que todo mundo está curioso para saber o desfecho desse crime. Mas, convenhamos, as redes de TV estão usando a curiosidade detetivesca do povo brasileiro para ver quem fica em primeiro lugar no Ibope. O exagero é tanto que as emissoras procuram dissecar cada informação obtida como se fosse algo extraordinário. Parece até final de novela das oito.

Mas isso não é exclusividade desse caso chocante. A mídia como um todo possui mesmo essas ondas. De repente, um escândalo. Todos se voltam para esse fato. Um acidente de avião? Cobertura 24 horas. Direcionam suas câmeras para o que mais chama a atenção deixando outras coisas de lado.

Acaba sendo um defeito de nossa Imprensa, mas, em parte, é culpa do telespectador que alimenta esse ciclo. Ou melhor, é culpa do próprio sistema de mercado onde a informação se tornou produto. E ganha melhor quem vende mais.

Não criticamos aqui a cobertura em si. Apenas observamos os seus "excessos com fins mercadológicos".

Postado por RV

1 Comment:

Anônimo said...

Belo texto, coerente como sempre. Parabéns!

Josenildo Carlos