sábado, 15 de março de 2008
Foto: Montagem Bocas Miúdas
Neste sábado (15), trago para o caldeirão de discussão do blog BOCAS MIÚDAS um tema bastante esquecido e relegado, por muitos, a pano de fundo: a cultura de Caicó. Meu parceiro de blog, Jefferson Dutra, inaugurou o Bocas Miúdas falando que o Teatro Municipal Adjunto Dias só serve para enfeite. E é verdade. Mas será que já paramos para pensar o porquê desta realidade? Qual o motivo de tão poucos espetáculos serem apresentados a cada ano?
A resposta pode está na falta de investimento e prioridade para com a cultura de Caicó. A Companhia Retalhos de Vida, mais antigo grupo de teatro da cidade, para apresentar uma peça no Adjunto Dias precisa pagar uma pauta diária de R$ 250. Unindo-se a isso o fato de que para cada apresentação é preciso confeccionar ingressos, figurinos, cenários, adereços e divulgação, os gastos se tornam quase superiores às receitas. Sem contar na responsabilidade de lotar a casa para não ter prejuízos.
Por que o poder público não destina recursos para incentivar a apresentação de espetáculos? A resposta é uma só: não há uma política pública voltada para a cultura em Caicó. O que existe não é falta de verbas, mas sim, falta de prioridade!
Na próxima sexta-feira (21), no pátio da Igreja de São José, jovens atores de vários grupos da cidade apresentarão mais uma edição do espetáculo Paixão de Cristo. A Prefeitura Municipal apóia a peça, mas repito: mais do que apoio, precisamos de investimento e prioridade. Há quatro anos, a organização do espetáculo recebe o mesmo apoio logístico do poder público. Como se pode crescer, sem recursos para investir?
Cidades como Campina Grande, Mossoró e João Pessoa (para citar as mais próximas), possuem peças artísticas em seus calendários de eventos e atraem milhares de turistas. A Paixão de Cristo é, hoje, o maior espetáculo ao ar livre do Seridó, e produzido unicamente por artistas locais. Esse reconhecimento daria respaldo e mais força para que seus organizadores angariassem patrocínios e transformassem “Uma Paixão pela Vida” em uma oportunidade de divulgação cultural e atração turística.
Não perca o espetáculo na próxima Sexta-Feira Santa e OPINE sobre o assunto! Foto: Montagem Bocas Miúdas
Do idealizador: Além de blogueiro, sou o idealizador do espetáculo “Uma Paixão Pela Vida” em Caicó-RN. Como diretor, quero agradecer à Prefeitura Municipal pelo indispensável apoio a nós dedicado, mas queremos e pedimos a prioridade do Município para inserir nosso espetáculo no calendário de eventos. Precisamos expandir esta iniciativa e para tanto o apoio público se faz inadiável!
Klebson Wanderley – blogueiro do sábado
6 Comments:
Eu sou umas das diretoras do espetáculo Uma Paixão pela Vida e acho não apenas viável, mas necessária a inserção da Paixão de Cristo no calendário turístico de Caicó.
Como bem explanado, Klebson, trabalhar pela cultura não é fazer o que todos são capazes de fazer; é ir além, é priorizar e definir uma política pública para essa área tão importante e tão esquecida: a cultura.
Bom, não estou aqui como um artista que faz parte da Paixão de Cristo e sim como um artista que pede que esse espetaculo entre para o calendario turistico da cidade. Sendo assim, uma forma de incentivar os jovens a se esforçarem mais e EVANGELIZAR a todos.
Vamos lá, é hora de enriquecer nossa cultura...
Realmente esse é um problema visível e muito antigo em Caicó. Parece que os políticos dessa cidade nao conseguem raciocinar que CULTURA além de contribuir beneficamente para a populaçao também gera lucro.
O espetáculo "Uma Paixão pela Vida" nao é só mais um espetáculo(como se houvesse muitos em Caicó!), mas também é um projeto religioso e social que envolve jovens de quase todos os bairros da cidade. É evidente que trazer aproximadamente 100 jovens voluntários para fazer parte de um espetáculo que conta a história de Cristo nao é algo muito fácil, porém ainda é mais difícil conseguir investimento para o espetáculo. Chega a ser vergonhoso.
Como disse Klebson, o maior espetáculo ao ar livre do Seridó conta com "apoios" da prefeitura e do comércio( uma empresa já teve a coragem de nos oferecer R$ 2,00).
Eu sou uma das diretoras do espetáculo e com base nas dificuldades que temos eu apoio e acho extremamente necessária a iniciativa de Klebson em colocar a PAIXÃO DE CRISTO no calendário de eventos de Caicó, afim de que esse espetáculo seja reconhecido com a grandiosidade que representa.
Bem como um dos participantes do espetáculo posso afirma que as dificuldades para se adquiri patrocínios.
OU seja a dificuldades de ser expandir o espetáculo.
por isso aproveito a oportunidade para pedir que se de mais valor a cultura do nosso querido SERIDO. (não só pela paixão mas sim pelos outro grupos que sofrem o mesmo problema)
Temos o exemplo de Mossoró, que o seu potencial turístico aumentou muito, desde que começou a patrocinar espetáculos para o povo, de altíssimo nível. A cidade ganha em imagem, arrecadação, qualidade de vida e o mais importante, alimenta a população de cultura.
Os políticos só querem investir em algo que engrandeça o seu nome, que deixe perene a sua obra. Mas está na hora da população cobrar e eles fazerem algo pelo povo, sem visar apenas os seus interesses, pela lei a administração pública deve ser sempre impessoal o interesse. Pe. Tércio vem lutando a vários anos, junto com os jovens do grupo para realizar esse magnífico espetáculo, que Bibi vem apoiando, mas deveria pensar grande e colocar o espetáculo no pedestal que ele merece, pois a religião Católica está inserida na alma do nosso povo, e a Paixão de Nosso Senhor, o ápice da nossa fé e demonstração maior do nosso Deus que morreu de amor por cada um de nós.
Gostaria de parabenizar Klebson por sua iniciativa, pois é mais que evidente que o investimento na cultura é crucial para o melhor desenvolvimento de uma sociedade e se os nossos políticos não conseguem perceber isto, cabe a nós, como menbros da sociedade e participantes do maior espetáculo ao ar livre de Caicó, tentar mostrar a eles o benefício sócio-polítco-econômico deste grandioso espetáculo.Há e fale apena ressaltar a importância "pessoal" deste espetáculo na vida daqueles que o acompanha deste o início como "integrante" ou "público".
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