quinta-feira, 27 de março de 2008
Diz a lenda que os vendedores do comércio de Caicó precisam de reciclagem. Nunca levei muita fé nessa premissa. Achava que o fato da cidade ser o pólo do Seridó já provava nosso tino comercial e qualidade no atendimento.

Esse conceito, em minha opinião, foi um pouco arranhado nos últimos meses por fatos lamentáveis ocorridos em pelo menos dois estabelecimentos comerciais da cidade com este “descendente profissional” do velho Pero Vaz.
Precisava de um celular. Uma promoção me chamou a atenção. Jamais tinha sido usuário daquela operadora que o nome já nos cumprimenta na entrada. Pelo atendimento que recebi na hora da compra, só passei a ser de atrevido que sou.
Olhei os celulares. Perguntei as funções e toda aquela ladainha que o cliente tem o direito de saber. Para minha surpresa, a atendente olhou para mim e perguntou: “vai comprar ou não vai”. Achei que era brincadeira. Ledo engano. Estava bastante interessado no celular, daí brinquei: “cliente tem que se informar, ora bolas?”. E ela vomitou: “mas você também pergunta demais”...
É assim que se fideliza um cliente? Com mau-humor e atendimento medíocre?
O outro constrangimento passei numa grande loja recém-inaugurada no centro da cidade. Comprei um som que toca MP3. Nem pestanejei. Dividi o dito-cujo em três vezes no cartão. Com uma semana, a tecla de adiantar as músicas parou de funcionar. Procurei a nota fiscal que estava no bolso de uma calça, lavada poucos dias antes.
Procurei a tal loja e os atendentes informaram que “não poderiam tirar uma segunda via, mas iriam resolver”. Muito educados, por sinal. No outro dia, pediram mais um prazo. Aceitei. Como se passaram 15 dias, resolvi levar para consertar. Probleminha besta. Custo: 28 reais, ninguém vai morrer por tão pouco. Peguei meu som, passei na loja e perguntei novamente sobre a segunda via. “Sinto muito, a culpa é do sistema, não tinha como resolver mesmo”. Enquanto ela falava isso, o outro que me atendeu pela primeira vez ficou ao longe, nem veio falar comigo novamente.
Ah é? Muito bem. Aceitei as desculpas da moça, que não tinha culpa mesmo, mas fiquei indignado com uma loja “tão famosa” que sequer tem a competência de tirar uma segunda via. Culpa do sistema? Que nada! A culpa é de lojas que não tem a boa vontade de resolver problemas mínimos. Bobagens que afastam de vez os clientes daquele lugar. Não quero nem saber se a maré tá mansa. Por ali não passo mais.
Esse texto não tem a pretensão de generalizar. Seria muita arrogância tentar transparecer uma idéia desse tipo. Agora, a velha lenda, que antes considerava execrável, ganha alguns pontinhos.
Afinal, como diz o velho clichê “ bom atendimento é a alma do negócio”.
Postado por Raildon Lucena, RV
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