terça-feira, 4 de novembro de 2008

A POLÍTICA DOS RINCÕES

Não é de hoje que a política em Caicó desaponta o eleitor mais esclarecido. A bipolarização, que parecia prestes a desmoronar com o resultado de 2004 onde um candidato de esquerda obteve mais de seis mil votos, recuou em 2008 com uma nova polarização de nomes ligados aos grupos políticos que dominam esses rincões desde que se ouviu falar em política por essas bandas.


Pois bem, bastou baixar a poeira das eleições para os noticiários locais se voltarem para o festival de abobrinhas, arrogâncias e desníveis dessa dinastia que não consegue ou não quer enxergar os caminhos para o desenvolvimento caicoense. Prefere emitir missivas dispensáveis utilizando a Imprensa para distribuir suas estratégias “politiqueiras” com a finalidade de se impor enquanto falsos líderes de uma banda que não toca o som que o povo quer ouvir.

Logo de cara, o prefeito eleito escanteia o seu vice publicamente, rasgando a máscara de uma gestão centralizadora e auto-suficiente que parece não visar o bem comum da população.

Gestão pública eficiente não se faz dessa forma, excluindo os parceiros e suas inteligências e se proclamando o supra-sumo da capacidade técnica e política. Administração séria e comprometida se faz com parcerias e humildade de ouvir e ponderar as opiniões, convergentes e divergentes, para buscar a melhor solução para os vários problemas enfrentados pelo Município.

E, obviamente, um aumento exorbitante e inclassificável do salário do chefe do poder executivo, seu vice e vereadores denota uma falta de sensibilidade tangível dos atuais líderes políticos de Caicó.

Agora, nossos tímpanos e pupilas são invadidos por declarações de lideranças em fim de carreira que abastecem os meios de comunicação com opiniões claramente forjadas nos rincões dos gabinetes, visando, obviamente, atingir o alvo 2010.

Basta ter um mínimo de senso crítico para filtrar afirmações direcionadas na intenção de confundir a opinião pública. Dizer que tal político “atrapalhou” ou “será esquecido” é querer redimensionar valores segundo suas conveniências. Um tipo de política, aliás, que vem contribuindo decisivamente para o visível atraso do desenvolvimento de Caicó.

Nesses rincões a política continua sendo sinônimo de decepção.

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